segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AVENTURA NO TOPO DA ÁFRICA / AIRTON ORTIZ

aventura no topo da africaPrimeiro livro de Airton Ortiz. Em 1999, com 42 anos, o jornalista gaúcho decidiu ampliar seus horizontes e escalar a mais alta montanha da África, o Kilimanjaro, entre a Tanzânia e o Quênia. A viagem começou na África do Sul, atravessou Moçambique e terminou na Tanzânia, no topo do “Kili”. Uma seqüência de infortúnios e o enorme choque cultural transformaram a viagem numa pequena aventura.
O relato desta viagem e da escalada do Kilimanjaro é bem diferente dos livros padrão de narrativas de alta montanha. Primeiro, porque o Kilimanjaro, com seus 5.895 m, é mais baixo que muita montanha aqui na Cordilheira dos Andes e praticamente sem gelo ou neve. Na verdade, escalar o Kilimanjaro é uma caminhada árdua, não muito mais que isso. Segundo, porque Ortiz não é esportista ou montanhista profissional, o que torna a narrativa mais interessante.
Ortiz é um gaúcho do interior do estado, com atitudes e trejeitos típicos, até quase estereotipados. Ele diz gostar de tomar um “uisquezinho” no final do dia, gosta de futebol (e inclusive escalou o Kili vestindo uma camisa do Grêmio), adora churrasco, e inclusive ouviu fitas de samba-enredo num walkman durante sua passagem pela África. Ele, enfim, é um brasileiro comum fazendo coisas infelizmente incomuns para os padrões do Brasil, e esse talvez seja seu maior mérito e grande defeito. Muitas vezes ele supervaloriza seus feitos justamente por achá-los incomuns, mas isso é até aceitável, uma vez que através do livro conhecemos sua origem.
Em todo o mundo existem escritores que “introduzem a aventura” aos seus leitores, incentivando a prática de determinadas atividades, instigando a curiosidade e, por conseguinte, promovendo a ação ao invés da inatividade. Ortiz tenta cumprir esse papel no Brasil. Seus livros não são grandes obras de arte, não apresentam um estilo estético muito definido, não têm a originalidade que caracteriza os grandes escritores, mas, mesmo assim, despertam o interesse do leitor.
Como editor, se eu fosse organizar uma coleção de livros com o subtítulo “os primeiros passos na aventura”, eu incluiria alguns livros do Ortiz. Minha coleção provavelmente se chamaria “tire a bunda do sofá” e não “viagens radicais”, como batizou a Editora Record sua série de livros. Não existe absolutamente nada de radical nesta viagem do Ortiz ou no livro Aventura no topo da África, mesmo porque “radical”, para mim pelo menos, é ficar na frente de uma televisão ou computador oito horas por dia.
Aventura no topo da África – Trekking no Kilimanjaro
Airton Ortiz
Editora Record
2001
212 páginas
ISBN 8501054526
www.record.com.br

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

POUSO DA CAJAÍBA, LUGAR DE BELAS PRAIAS E FANTÁSTICAS AVENTURAS NO ESTADO DO RIO!

Estás a procura de um paraíso? Encontrou!  A região da Baía da Cajaíba pertence a Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, em Parati, e apresenta uma magnífica beleza natural, com inúmeras praias desertas ou pouco habitadas, separadas entre elas por montanhas cobertas de mata atlântica, onde formam inúmeros mirantes naturais e generosas cachoeiras.
Como no paraíso, no Pouso da Cajaíba não entra carro, o lugar mais próximo que se pode chegar de automóvel é Paraty-Mirim, distrito de Parati. De lá, são duas horas de barco (dependendo da embarcação) até o paraíso, digo, o Pouso da Cajaíba.
Como no paraíso, o Pouso da Cajaíba não tem cais de atracação de barcos. Pronto, começou a aventura, rsrs!  A chegada na praia é feita através de botes salva vidas, portanto, é importante que se protejam as roupas e máquinas fotográficas com sacos plásticos bem lacrados, para a eventualidade do mar não estar calmo o bastante para uma descida segura nas areias da praia.
Como no paraíso, o Pouso da Cajaíba não possui luz elétrica. No local tudo funciona a base de velas, gelo e por ventura, alguns geradores que servem aos poucos lugares de hospedagem da região.
Para quem gosta de curtir a natureza em todos os momentos, existem alguns campings oferecendo pernoites. O mais indicado é o "Camping Trilha do Peixe" (www.trilhadopeixe.com.br), com banheiros limpos e muita sombra em sua cuidada área. Eles também servem refeições e pratos-feitos com um cardápio variado entre frango, peixe e carne. A comida é razoável e cai muito bem depois de um dia inteiro de praias e caminhadas.
A única padaria da região (fica no canto esquerdo da praia), serve café-da-manhã e também vende biscoitos, salgadinhos, água mineral, refrigerante, cachaça e cerveja até altas horas da noite.
As noites de Cajaíba são calmas. Não existem "baladas" ou bandas ao vivo se apresentando. O que sempre acontecem são "luais" bem movimentados nas areias da praia e servem de ponto de encontro e troca de informações entre os aventureiros sobre os passeios na região. Depois de certa hora curtindo o mar e as estrelas, rola também entre alguns participantes, alguns "beijos na boca", ato perfeitamente normal diante de todo aquele paraíso, rsrs!
Além de hospedagens rústicas e campings, a região oferece também a possibilidade de alugar casas para finais de semana prolongados ou mesmo temporadas. Os contatos devem ser feitos no mesmo e-mail do camping Trilha do Peixe já divulgado acima.
Para que realmente curta toda a natureza do Pouso da Cajaíba, você tem que  se preparar para esquecer a cidade grande. Conforto em camas king-size, chuveiro quente e transporte na porta, não existem. Levem snorkel para mergulhos, câmera fotográfica para documentar todos os lindos visuais que com certeza aparecerão a sua volta, boné e protetor solar para se proteger do sol e repelente, para a defesa dos ataques inesperados de mosquitos e borrachudos. Nossos velhos amigos não atacam muito por lá, porém, não é bom arriscar, né?
Trilhas e passeios -------------------------------------
Além da praia do Pouso, pode-se conhecer também a Praia Grande da Cajaíba numa trilha com algumas subidas e descidas que levam cerca de duas horas para se chegar ao seu final. No caminho passa-se por várias outras praias, possibilitando paradas para banhos e fotos. Vilas de Pescadores como as de Itaoca e Calhaus se sucedem, convidando para um mergulho e um descanso merecido nas areias de suas praias.
A chegada a Praia Grande da Cajaíba, depois de quase duas horas caminhando, é triunfal. Ao avistar a praia, vê-se logo um barzinho que oferece um delicioso pastel para a venda. Dali você não passa sem experimentar tamanha iguaria local, simplesmente espetacular. No bar, você pede informação, entre um papo e outro, sobre a cachoeira da Praia Grande. Com água cristalina, gelada e forte, caindo de uma boa altura, é quase uma visita obrigatória. Ficar embaixo dela alguns minutos chega a produzir uma boa massagem revitalizadora, afinal, ainda tem a volta ao Pouso te esperando.
Além da Cachoeira, você pode conhecer também o Farol da Cajaíba e a Praia de Sumaca, atrativos excelentes para quem ainda não está cansado de andar.
Da Praia Grande da Cajaíba ao Pouso, a opção é voltar de barco, eliminando assim a trilha de volta. Vai depender de seu orçamento para pagar o frete ou do seu poder de barganha, afinal, ninguém escapa de uma boa conversa.

Boa aventura a todos !