sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

POUSO DA CAJAÍBA, LUGAR DE BELAS PRAIAS E FANTÁSTICAS AVENTURAS NO ESTADO DO RIO!

Estás a procura de um paraíso? Encontrou!  A região da Baía da Cajaíba pertence a Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, em Parati, e apresenta uma magnífica beleza natural, com inúmeras praias desertas ou pouco habitadas, separadas entre elas por montanhas cobertas de mata atlântica, onde formam inúmeros mirantes naturais e generosas cachoeiras.
Como no paraíso, no Pouso da Cajaíba não entra carro, o lugar mais próximo que se pode chegar de automóvel é Paraty-Mirim, distrito de Parati. De lá, são duas horas de barco (dependendo da embarcação) até o paraíso, digo, o Pouso da Cajaíba.
Como no paraíso, o Pouso da Cajaíba não tem cais de atracação de barcos. Pronto, começou a aventura, rsrs!  A chegada na praia é feita através de botes salva vidas, portanto, é importante que se protejam as roupas e máquinas fotográficas com sacos plásticos bem lacrados, para a eventualidade do mar não estar calmo o bastante para uma descida segura nas areias da praia.
Como no paraíso, o Pouso da Cajaíba não possui luz elétrica. No local tudo funciona a base de velas, gelo e por ventura, alguns geradores que servem aos poucos lugares de hospedagem da região.
Para quem gosta de curtir a natureza em todos os momentos, existem alguns campings oferecendo pernoites. O mais indicado é o "Camping Trilha do Peixe" (www.trilhadopeixe.com.br), com banheiros limpos e muita sombra em sua cuidada área. Eles também servem refeições e pratos-feitos com um cardápio variado entre frango, peixe e carne. A comida é razoável e cai muito bem depois de um dia inteiro de praias e caminhadas.
A única padaria da região (fica no canto esquerdo da praia), serve café-da-manhã e também vende biscoitos, salgadinhos, água mineral, refrigerante, cachaça e cerveja até altas horas da noite.
As noites de Cajaíba são calmas. Não existem "baladas" ou bandas ao vivo se apresentando. O que sempre acontecem são "luais" bem movimentados nas areias da praia e servem de ponto de encontro e troca de informações entre os aventureiros sobre os passeios na região. Depois de certa hora curtindo o mar e as estrelas, rola também entre alguns participantes, alguns "beijos na boca", ato perfeitamente normal diante de todo aquele paraíso, rsrs!
Além de hospedagens rústicas e campings, a região oferece também a possibilidade de alugar casas para finais de semana prolongados ou mesmo temporadas. Os contatos devem ser feitos no mesmo e-mail do camping Trilha do Peixe já divulgado acima.
Para que realmente curta toda a natureza do Pouso da Cajaíba, você tem que  se preparar para esquecer a cidade grande. Conforto em camas king-size, chuveiro quente e transporte na porta, não existem. Levem snorkel para mergulhos, câmera fotográfica para documentar todos os lindos visuais que com certeza aparecerão a sua volta, boné e protetor solar para se proteger do sol e repelente, para a defesa dos ataques inesperados de mosquitos e borrachudos. Nossos velhos amigos não atacam muito por lá, porém, não é bom arriscar, né?
Trilhas e passeios -------------------------------------
Além da praia do Pouso, pode-se conhecer também a Praia Grande da Cajaíba numa trilha com algumas subidas e descidas que levam cerca de duas horas para se chegar ao seu final. No caminho passa-se por várias outras praias, possibilitando paradas para banhos e fotos. Vilas de Pescadores como as de Itaoca e Calhaus se sucedem, convidando para um mergulho e um descanso merecido nas areias de suas praias.
A chegada a Praia Grande da Cajaíba, depois de quase duas horas caminhando, é triunfal. Ao avistar a praia, vê-se logo um barzinho que oferece um delicioso pastel para a venda. Dali você não passa sem experimentar tamanha iguaria local, simplesmente espetacular. No bar, você pede informação, entre um papo e outro, sobre a cachoeira da Praia Grande. Com água cristalina, gelada e forte, caindo de uma boa altura, é quase uma visita obrigatória. Ficar embaixo dela alguns minutos chega a produzir uma boa massagem revitalizadora, afinal, ainda tem a volta ao Pouso te esperando.
Além da Cachoeira, você pode conhecer também o Farol da Cajaíba e a Praia de Sumaca, atrativos excelentes para quem ainda não está cansado de andar.
Da Praia Grande da Cajaíba ao Pouso, a opção é voltar de barco, eliminando assim a trilha de volta. Vai depender de seu orçamento para pagar o frete ou do seu poder de barganha, afinal, ninguém escapa de uma boa conversa.

Boa aventura a todos !

A história da conquista do Everest - 1924

A expedição de 1924 ainda não tinha roupas adequadas, especialmente de baixo. A cada alpinista foi entregue um kit de vestimentas no valor de 100 dólares. Edward Norton era o mais bem equipado. Gabava-se de usar macacão corta-vento, uma jaqueta de couro e um capacete de motociclista.

Mas lá estavam eles, de novo: os veteraníssimos George Mallory e John Noel, os veteranos Edward Norton, Howard Somervell e Geoffrey Bruce, e os novatos Andrew Irvine, Noel Odell, E. O. Shebbeare e mais dois alpinistas.

Saíram de Darjeeling dia 25 de março. Duas semanas mais tarde o general Bruce pegou malária, sendo obrigado a voltar. Edward Felix Norton, com 39 anos, assumiu o comando, secundado por George Mallory. Alcançaram o Acampamento-base, na geleira Rongbuc, dia 28 de abril.

Mas as monções chegaram prematuramente, e violenta tormenta atacou-os, ainda no início da expedição, danificando parte do equipamento de oxigênio e matando dois carregadores. Foram obrigados a voltar para se abrigarem no mosteiro Rongbuc, perto de Tingri, onde receberam a bênção do lama, o que eles, imprudentemente, não haviam feito quando passaram pelo local em direção ao Acampamento-base.

Embora os céticos britânicos não fossem adeptos do budismo, o tempo melhorou, e eles puderam retornar ao Everest.

O acampamento VI foi estabelecido a 8.170 metros, tendo Edward Norton e Howard Somervell dormido no local. Eles iniciaram o ataque no dia seguinte, muito cedo, mas Howard Somervell foi vencido por um sério ataque de tosse. Sua garganta inchada congelou, quase sufocado-o. Edward Norton seguiu sozinho montanha acima, vencendo, passo a passo, a encosta coberta de neve, até chegar aos 8.572 metros – meros 278 metros abaixo do cume –, estabelecendo um novo recorde de escalada sem oxigênio artificial, uma marca fantástica para a época, só superada em 1978, quando o austríaco Peter Habeler e o italiano Reinhold Messner se tornaram os primeiros homens a chegar ao cume do Everest sem a utilização de oxigênio artificial. Aliás, os alpinistas mais exigentes consideram como sendo esta a verdadeira conquista do Everest.

Mas em 1924, se Edward Norton tivesse oxigênio, provavelmente teria alcançado o cume. A volta dos dois para o acampamento foi dramática. Chegaram já de noite. E graças ao auxílio de Mallory e Odell, que os resgataram no meio do caminho.

Naquela noite, com Edward Norton exausto e sofrendo de nifablepsia, uma cegueira temporária provocada pela reflexão da neve, e Howard Somervell fora de ação, George Mallory escolheu o jovem e inexperiente Andrew Irvine para acompanhá-lo na tentativa do próximo dia, embora Norton o tivesse aconselhado a levar o geólogo Noel Odell, mais experiente, bem aclimatado e em melhores condições físicas.

Mas Mallory preferiu Irvine porque o jovem estudante de engenharia possuía grande habilidade em manusear o equipamento de oxigênio. Os sherpas acompanharam George Mallory e Andrew Irvine até o acampamento VI, onde desistiram de prosseguir, tais as condições adversas do clima. Após um breve descanso, regressaram para informar que, apesar de o fogareiro ter despencado montanha abaixo, tudo estava bem, os dois europeus prosseguiriam, a partir daquele ponto, utilizando oxigênio artificial.

Na manhã seguinte, 8 de junho de 1924, o tempo estava terrível, obrigando George Mallory e Andrew Irvine a deixarem o acampamento muito tarde. Enquanto esperavam para ver se as condições melhoravam, perderam estimáveis minutos, erro que provavelmente tirou-lhes a vida.

George Mallory estava com 38 anos. Filho da alta burguesia, professor, casado e pai de três filhos, era considerado o melhor alpinista britânico da sua época. Dotado de refinada cultura e alto idealismo, possuía também uma apurada sensibilidade romântica. Nos acampamentos no Everest, costumava ler Shakespeare para seus colegas de barraca.

Naquela gelada manhã de 1924, enquanto George Mallory e Andrew Irvine subiam, com extrema dificuldade, em direção ao topo do mundo, Noel Odell escalava do acampamento V ao acampamento VI para estudar a geologia das rochas ao longo do caminho. Às 12h50min, em uma das suas paradas, as nuvens abriram uma brecha no céu e ele pode ver a silhueta dos dois companheiros subindo. Inicialmente julgou estarem atravessando o segundo escalão antes do cume, mas mais tarde ficou em dúvida quanto a ser realmente este o lugar em que vira Mallory e Irvine. O certo é que eles estavam cinco horas atrasados, já que pretendiam chegar ao segundo escalão antes das oito da manhã.
– Mas estavam movendo-se com deliberação e diligência – contou Noel Odell mais tarde.

Uma forte tormenta de neve formou-se na parte superior do Everest e, quando clareou, duas horas mais tarde, deixando visível a crista noroeste, não existia mais sinal dos alpinistas. Noel Odell, na esperança de que os companheiros estivessem voltando, subiu mais 15 metros além do acampamento VI, de onde gritou por eles. Mas não obteve resposta. Após permanecer um longo tempo esperando pelos amigos, o mau tempo o obrigou a voltar para o acampamento.

Duas horas depois o tempo abriu novamente, possibilitando a Odell olhar detalhadamente tanto para a crista do cume quanto para o muro de rocha. Mas não conseguiu ver ninguém.

Seguindo orientação prévia do próprio Mallory, Odell desceu até o acampamento IV, no Colo Norte, deixando livre as barracas dos acampamentos V e VI, para serem ocupadas por Mallory e Irvine, quando voltassem.

A noite estava clara, e uma luneta foi apontada para o cume, perscrutando cada metro do seu topo gelado. No final da manhã seguinte Odell e dois sherpas subiram para o acampamento V, onde pernoitaram. Com a ajuda de oxigênio artificial, Odell seguiu sozinho até o acampamento VI, na esperança de encontrar George Mallory e Andrew Irvine.

No entanto, os dois nunca mais foram vistos. Teriam atingido o cume antes de morrer? Seriam George Mallory e Andrew Irvine os primeiros a terem escalado o ponto mais alto do planeta? Eles haviam morrido na subida ou na descida? Na verdade o desaparecimento dera origem a um sem-fim de conjecturas sobre se teriam ou não sido os primeiros a chegar ao cume do Terceiro Pólo.

Montanhistas de expedições subsequentes, ao observarem do local onde Noel Odell avistou Mallory e Irvine pela última vez, concluíram que a descrição se enquadrava melhor ao terceiro – e último – escalão do que ao segundo. Ainda hoje alpinistas são facilmente vistos quando atingem este ponto. Se realmente esta foi a situação, Mallory e Irvine possivelmente chegaram ao cume.

Até sua morte, Noel Odell não tinha certeza sobre em qual escalão os vira, embora acreditasse terem eles atingido o cume.

Em 1980, durante uma expedição japonesa, um dos carregadores, o chinês Wang Hong Bao, procurou o chefe da equipe para informar que cinco anos antes, enquanto participava de uma tentativa chinesa, havia encontrado, perto de onde estavam, o cadáver de um alpinista britânico com roupas muito antigas, sentado em um terraço nevado a 8.100 metros. Se o dado estivesse correto, certamente seria o corpo de Mallory ou Irvine. E, como eles haviam recebido de Edward Norton uma máquina fotográfica, finalmente se poderia ficar sabendo se haviam ou não chegados ao cume.

Mas o mistério continuou, porque no dia seguinte Wang Hong Bao desapareceu sob uma gigantesca avalanche que desabou sobre seu acampamento.

Em 1999, uma expedição americana liderada pelo experiente alpinista Eric Simonson partiu para o Everest com o propósito específico de encontrar Mallory e Irvine. Partindo do local onde Wang Hong Boa dissera haver visto o cadáver de "um velho inglês", eles vasculharam cada palmo da área. No dia 01 de maio o alpinista Conrad Anker encontrou, no lado norte, a 8.200 metros de altitude, o corpo que procuravam.

Segundo Dave Hahn, outro membro da equipe, a roupa de Mallory tinha praticamente sumido, assim como boa parte do seu corpo, e a pele estava totalmente branca, parecendo uma estátua de mármore.
– Os outros apontaram na hora para a bota de pregos ainda conservada no seu pé e para a fratura na tíbia e fíbula logo acima. Vi a corda ao redor do corpo, traçada e branca, mais um artefato de decoração do que uma ferramenta vital para sobreviver no mundo vertical – contou Dave Hahn.

George Mallory caíra das rochas e escorregara um pouco mais para baixo pelas rampas de gelo, mas sobrevivera, pois não havia esmagamento nos ossos. Ele fora caindo com os braços esticados, mãos espalmadas e então se posicionara para morrer, cruzando uma perna sobre a outra para um alívio final, o que deve ter acontecido logo a seguir devido às suas precárias roupas para a temperatura do final da tarde.

A cabeça e os braços do alpinista, deitado de bruços e de cabeça para cima, estavam tão congelados que haviam se colado junto ao corpo e à rocha com o passar dos anos. Ele não tinha machado de gelo, nem oxigênio. Provavelmente usara tudo durante a subida e jogara fora as garrafas vazias. Mas alguns objetos marcantes estavam por perto, a começar por um altímetro de 9.000 metros (aparentemente quebrado na queda), uma carta de sua esposa, guardada no peito, perto do coração, e um cachecol perfeitamente conservado. Os óculos de proteção solar, em um dos bolsos, indicavam ter o acidente ocorrido no final da tarde, quando não havia mais luz.

Mas a única coisa que poderia provar se Mallory atingira o topo antes de morrer, a máquina fotográfica, não foi encontrada. Os alpinistas ficaram com a impressão de que "o velho inglês" havia conseguido, mas era impossível provar sem a câmera.

Mesmo com o aparecimento do corpo, o maior mistério do alpinismo continua: Mallory morrera antes ou depois de chegar ao cume?