quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Wolfgang Dauner's Et Cetera 

Et Cetera (não confundir com a banda progressiva francesa de mesmo nome) foi um dos projetos do renomado pianista alemão Wolfgang Dauner, ativo na cena do jazz alemão desde o início dos anos 60 e que já havia formado seus próprios trios, quartetos e quintetos. Para esse mega projeto, Dauner contou com o apoio de outros músicos bastante talentosos, a começar pelo guitarrista Sigi Schwab, que usava uma enorme variedade de instrumentos de corda e que, além de já ter participado de outros projetos com Dauner, foi integrante do Embryo, tendo participado dos álbuns 'Father Son And Holy Ghosts' e 'Rocksession'. Também havia o baixista Eberhard Weber, já atuante na cena do jazz e que ganhou mais credibilidade ao lançar o 'The Colours Of Chloë', seu primeiro álbum solo. Como baterista, havia o estadunidense Fred Braceful, que também já era um velho conhecido de Dauner - assim como o percussionista Roland Wittich - e que após o fim do Et Cetera, ele passou a ser integrante do Exmagma, outra banda de jazz-fusion mais experimental. 

O som do Et Cetera era enriquecido por uma enorme variedade de instrumentos e que de longe fazia a banda se diferenciar de qualquer outra derivada de jazz, se é que para todos, o Et Cetera realmente seguia alguma vertente do jazz. Por isso que na época, a banda foi logo absorvida e aceita pelo público do "krautrock". E, sem dúvida, um dos maiores projetos já elaborados por Wolfgang Dauner. Texto: Bordel do Rock. 

Integrantes. 

Wolfgang Dauner (Sintetizador, Piano, Clavinett, Claviocord, Ringmodulator, Percussão Elétrica, Trompete, Flautas, Outros Instrumentos Elétricos)
Sigi Schwab (Guitarras, Surmandel, Sitar, Tarang, Alaúde, Veena, Sarangi, Tambura, Saltério, Flautas, Balafon, The Bag, Kalimba, Ringmodulator)
Eberhard Weber (Basses, Cello)
Fred Braceful (Percussão, Vocais, One-String-Guitarra-Bongo)
Roland Wittich (Percussão) 




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A história da conquista do Everest - 1933

Passaram-se oito anos até o Dalai Lama conceder nova autorização para escalar o Everest, mas com uma condição: todos os membros da expedição deveriam ser britânicos. Assim, uma nova tentativa só voltou a ser realizada em 1933. Liderada por Hugh Ruttledge, comissário da administração britânica na Índia, com 48 anos, estava bem mais preparada do que as anteriores. Possuíam rádio e, do acampamento III para o acampamento IV, até uma linha telefônica, utilizada pela primeira vez no Himalaia.

Integravam o grupo os veteranos Colin Crawford, que estivera no Everest em 1922, quando sobrevivera a uma avalanche, e E. O. Shebbeare, da equipe de 1924. E surgiam novas estrelas no alpinismo, como Eric Shipton, Percy Wyn-Harris, Laurence Wagner e Francis Smythe.

A equipe era altamente qualificada, mas o mau tempo impediu que os acampamentos intermediários fossem montados dentro da programação prevista. Mesmo assim, eles igualaram o recorde de Edward Norton, subindo sem oxigênio complementar. Wyn Harris e Laurence Wagner partiram do acampamento VI, a 8.353 metros, e encontraram a machadinha de gelo de Andrew Irvine 250 metros abaixo do primeiro escalão.

Eles continuaram subindo pelo que nomearam canaleta Norton, parando a 15 metros acima da Franja Amarela. Passava do meio dia, e o cume estava a quase 300 metros acima deles. Calcularam necessitar mais quatro horas. Estavam exatamente onde chegara Edward Norton em 1924. Resolveram descer. Nos dias seguintes Francis Smythe chegou à mesma altitude antes de desistir, atacado por fortes alucinações. Sua exaustão psicológica era tão grande, que imaginava estar escalando em companhia de outra pessoa, quando na verdade estava sozinho.

Desistiram. Enterraram a sobra do suprimento e desceram. No dia 7 de junho todos os membros da expedição estavam no Acampamento-base para iniciar seu regresso a Darjeeling.

Algumas instituições britânicas, como a Sociedade Geográfica Real e o Clube Alpino, consideravam o Everest sua propriedade, desencorajando as tentativas feitas por outros que não pertenciam aos seus quadros. Assim, não ficaram nada satisfeitos quando, em 1933, o aventureiro Maurice Wilson, um excêntrico oficial reformado do Exército Britânico, anunciou que escalaria o Everest sozinho. Ele pretendia pilotar um avião até o Tibete, fazer uma aterrissagem forçada na encosta do Everest e seguir a pé até o cume.

Apesar de não entender nada de alpinismo nem de aviação, ele comprou um pequeno avião de asas de lona e viajou da Inglaterra para a Índia, via Cairo e Teerã. Chegando em Purtabpore e não tendo recebido permissão para sobrevoar o território nepalês, vendeu o avião por quinhentas libras e seguiu por terra até Darjeeling, onde recebeu a notícia de que não lhe fora concedida licença para entrar no Tibete.

Em março de 1934, Maurice Wilson contratou três sherpas, disfarçou-se de monge budista e, desafiando o poderoso Império Britânico, caminhou 500 km através das florestas do Sikkim e do ressequido platô tibetano, chegando à geleira Rongbuc Oriental, no Everest, em 14 de abril. Um mês depois havia atingido o topo da geleira, a 6.400 metros de altitude, onde encontrou um estoque de comida e equipamentos deixados ali pela expedição britânica do ano anterior.

Confiante e bem alimentado, o inglês subiu sozinho até o Colo Norte, a 6.919 metros, onde foi impedido de continuar devido à existência de um penhasco de gelo interrompendo o caminho. Mas ele havia decidido não voltar para casa sem escalar o Everest, e não voltou mesmo.