O que faz esta primeira escalada ao Mont Blanc ser considerada como o marco zero do montanhismo é que, antes dela, nada mudara no mundo em função das ascensões conhecidas, já que elas não geraram nenhum movimento. Até então, só o vento, os dragões e os deuses reinavam nas alturas. Após o Mont Blanc, as montanhas deixaram de ser reinos terríveis, onde ninguém sobrevivia, nem mesmo por uma só noite, e passaram a ser exploradas e conhecidas de fato.
O Mont Blanc não é a montanha mais alta da Europa, pois perde em altura para o Elbrus (5.642m), nos Cáucasos ocidentais, na Rússia, mas é a mais alta de todos os cumes vizinhos, que formam o epicentro do movimento alpinístico mundial.
O século XIX
Ao longo do século XIX, o Mont Blanc passou a dividir as atenções com outras montanhas dos Alpes, mas mesmo assim continuou sendo palco de realizações históricas. A primeira ascensão feminina ao Mont Blanc, por exemplo, aconteceu em 1808.
O alpinismo, na primeira metade do século XIX, teve forte motivação científica. A alta montanha era um universo absolutamente novo, que despertava a curiosidade de pesquisadores dos mais diversos campos do saber. Depois, a partir de 1850, o alpinismo deixou a aura científica e passou a ser visto e praticado como um jogo, um esporte. Foi aí que ele viveu o que ficou conhecido como os anos dourados do alpinismo. Tomados de uma verdadeira febre ascensionista, alpinistas europeus, mas especialmente ingleses, passaram a conquistar todo e qualquer cume virgem. Para se ter uma idéia, somente nos Alpes, entre 1863 e 1865, foram registradas primeiras ascensões de mais de 100 cumes principais.
Até o final do século XIX, várias dezenas de montanhas haviam sido conquistadas, não só nos Alpes, mas também em outras partes do planeta: em 1865, o Matterhorn (4.478m) - Cervino, para os italianos -, na divisa Suíça-Itália; em 1880, o Chimborazo (6.310m) no Equador; em 1889, o Kilimanjaro (5.895m), na África, e o Aconcágua (6.959m), em 1897, na Argentina. Tais ascensões difundiram o termo alpinismo pelos quatro cantos do mundo, tornando-o sinônimo de montanhismo, apesar dele ser originalmente um termo regional, assim como andinismo e himalaismo.
As Primeiras Manifestações de montanhismo no Brasil**
Não podemos fixar uma data para o começo do montanhismo no Brasil, muito menos achar a paternidade, porque nada disso aconteceu. O montanhismo brasileiro simplesmente apareceu de forma natural entre os séculos XVIII e XIX e evoluiu por conta dos próprios brasileiros e também dos imigrantes.
As primeiras atividades nas montanhas brasileiras foram realizadas por garimpeiros e caçadores, e ainda não sabemos nada com relação aos nossos índios. Os jesuítas, muitos deles imigrantes, também já se aventuravam pelos topos das nossas montanhas em 1.700. Por exemplo, o Pico do Papagaio (2.293 m), situado Aiuruoca (MG), já era visitado por jesuítas e pelos escravos em 1726. Os picos da Serra do Caraça (MG), como Inficionado (2.068m), Sol (2.072 m) e Carapuça (1.909m), provavelmente foram subidos pelos jesuítas entre 1770 e 1780. E os topos de outras montanhas mineiras, entre eleas o Itambé (2.044 m) e Itacolomi (1.620 m), provavelmente já foram visitadas ao longo do século XVIIII pelos jesuítas, garimpeiros o caçadores.
Em 1763, as pessoas já iam pelo menos até a base das Agulhas Negras (áreas próxima onde fica hoje o abrigo Massenas), porque o primeiros registro de neve no Brasil veio de lá e foi naquele ano. Aliás, ninguém sabe ao certo quem e quando o Pico das Agulhas Negras (2.791 m) foi subido pela primeira vez, sabe-se apenas que as primeiras tentativas conhecidas foram feitas em 1856, por José Franklin da Silva (Massena) e colaboradores. Porém, o crédito é dado a Horácio de Carvalho e José Borba que, segundo relatos, chegaram ao topo em 1898”. Todavia, o ponto culminante das Agulhas Negras só seria alcançado em 1919, por Carlos Spierling, Oswaldo leal e João Freitas.
Neste mesmo século (XIX), o Pão de Açúcar entra em destaque na história do montanhismo nacional. A primeira ascensão conhecida, em 1817, foi atribuída à inglesa Henrietta Carsteirs. Em 1851, 1877 e 1899, várias pessoas, estrangeiras e brasileiras escalaram o Pão de Açúcar e posteriormente as subidas se tornaram freqüentes. As primeiras ascensões tiveram uma certa conotação nacionalista, mas posteriormente passaram a ser manifestações puramente esportivas. Poderia ter nascido aí o montanhismo brasileiro, porque depois de várias outras montanhas foram subidas pelo mesmo propósito, o de aventura esportiva.
A Pedra da Gávea (842m), também na Cidade do Rio de Janeiro, foi subida antes de 1828 e na década de 1920, a via de acesso era considerada uma escalada técnica, como relata a Ata da primeira excursão oficial do Centro Excursionista Brasileiro, fundado em 1919. (...) O problema é que não há registro histórico das primeiras ascensões de algumas de nossas montanhas. De qualquer forma, varias outras de dificuldade técnica igual ou inferior à Pedra da Gávea e o Pão de Açúcar foram subidas em alguns estados brasileiros, por exemplo:
- A Pedra do Sino (2.263m), em Teresópilos (RJ), foi subida pela primeira vez pelo escocês George Gardner e dois mateiros de Teresópolis, em 1841;
- O Pico da Bandeira (2.891m), Minas Gerais, foi subido em 1859 a mando de Dom Pedro II (mas é possível que tenha sido subido antes);
- O Pico Olimpo (1.539 m), na Serra do Marumbi (PR), foi escalado em 1879 pelo Joaquim Olimpio de Miranda e colaboradores;
- O Monte Roraima (2.723 m) em 1884, pelo inglês Everar Im Thurm;
- O Pico Forno Grande (2.039 m), situado no Estado do Espírito Santo, foi subido em 1908 pelos irmãos Agostinho e colaboradores
O Dedo de Deus é o símbolo do montanhismo brasileiro, não só pela sua beleza e imponência, como por sua história que, de acordo com a maioria dos montanhistas, marca o início da escalada técnica (alpinismo) no Brasil, fato que aconteceu em grande estilo e foi realmente um marco importante e de repercussão internacional. Um evento que bastante divulgado à época e com enorme apelo popular. E tudo aconteceu em 1912.
** Baseado no livro Montanhismo Brasileiro, Paixão e Aventura de Antonio Paulo Faria, 2006, p. 64 a 67.
O Pão de Açúcar
Neste mesmo século, outras montanhas viriam a ser conquistadas no Brasil. Em 1824, D. Pedro I acompanhou pessoalmente a abertura de uma trilha até o cume do Corcovado (704m), também no Rio de Janeiro. Em 1828, já eram registradas ascensões à Pedra da Gávea (842m). Em 1841, foi atingido o cume da Pedra do Sino (2.263m), em Teresópolis, no Estado do Rio de Janeiro. Em 1879, o Monte Olimpo
O Dedo de Deus
Foram ao todo sete dias acampados na base da montanha. Para vencê-la, Teixeira e seus companheiros fixaram grampos como proteções no granito, além de grossas varas de bambu, munidas de degraus, para vencer os trechos mais lisos da parede. Também subiam nos ombros uns dos outros para conseguir ganhar altura. Por sorte, muitos trechos da via de conquista contam com chaminés, o que facilita a ascensão.
Foi assim, com muita criatividade e suor, que eles conseguiram atingir o cume, sendo recebidos depois como heróis e com muita festa em Teresópolis. Até mesmo o então presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, tomou conhecimento do feito e mandou um telegrama de congratulações. Foram necessários quase 20 anos para que o Dedo de Deus voltasse a ser escalado. Porém, antes disso, em 1919, houve um segundo fato de extrema importância para o montanhismo nacional: a fundação do primeiro clube excursionista da América do Sul, o Centro Excursionista Brasileiro (Ceb), no Rio de Janeiro.
Foi assim, com muita criatividade e suor, que eles conseguiram atingir o cume, sendo recebidos depois como heróis e com muita festa em Teresópolis. Até mesmo o então presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, tomou conhecimento do feito e mandou um telegrama de congratulações. Foram necessários quase 20 anos para que o Dedo de Deus voltasse a ser escalado. Porém, antes disso, em 1919, houve um segundo fato de extrema importância para o montanhismo nacional: a fundação do primeiro clube excursionista da América do Sul, o Centro Excursionista Brasileiro (Ceb), no Rio de Janeiro.
Leia mais sobre a conquista do Dedo de Deus aqui.
A Serra dos Órgãos
No Brasil, na década de 1930, o grande palco para os escaladores foram as belas montanhas da Serra dos Órgãos, na região serrana do Rio de Janeiro. Sobre esse período, Waldecy Lucena, no livro “História do Montanhismo no Rio de Janeiro” (Editora Publit), escreveu: “Os anos 1930 foram gloriosos em termos de aprendizado e novas conquistas. Passada a fase de amadurecimento, que se deu nos anos 1920, os excursionistas, principalmente do Ceb, deixaram para trás as montanhas de ascensão mais fácil e passaram a explorar as mais ousadas”.
No início da década de 1930 também foram conquistados o Santo Antônio, São João, São Pedro e Garrafão, todos na Serra dos Órgãos, e a Maria Comprida, em Araras (Petrópolis). Nestas últimas montanhas nota-se a participação de Emerico Ungar, o primeiro grande desbravador da Serra dos Órgãos. Pelos nomes dos montanhistas de então percebe-se que havia um predomínio de estrangeiros, principalmente alemães e austríacos. Eles viviam no Brasil, mas já traziam de seus países noções de escalada e o amor pelas montanhas. Entre eles, o de maior destaque na época foi Richard Willy Brackmann, responsável pela primeira repetição do Dedo de Deus e por 32 primazias e conquistas, incluindo inúmeras montanhas em Itatiaia, além do Cabeça de Peixe e dos Picos Menor e Médio de Salinas, em Nova Friburgo.
Logo também surgiram novos clubes, como Petropolitano, Friburguense, Teresopolitano e o Centro Excursionista Rio de Janeiro (Cerj), que, no mesmo ano de sua fundação, 1939, criou a primeira escola técnica de guias do País.
A Agulha do Diabo
Na década de 1940 as coisas não mudaram muito, apenas pelas tentativas de montanhas ainda mais difíceis e complexas do que as de antes. O símbolo desta década, pela dificuldade que representava na época, é a conquista da Agulha do Diabo, em 1940. Seu cume só foi pisado depois de dois anos de investidas e de 26 grampos batidos pelos conquistadores, os brasileiros Giuseppe Toselli, Almy Ulissea e Roberto Menezes de Oliveira, o italiano Raul Fioratti e o alemão Günther Bucheister, todos membros do Ceb. O equipamento utilizado e a técnica de conquista eram os mesmos dos primórdios. A rocha lisa era perfurada por dias, içando-se em seguida pesados troncos e cabos de aço.
Importante também foi a conquista da face leste do Dedo de Deus, que se tornaria a via normal desta montanha. Utilizando apenas proteções naturais, pitons e cunhas de madeira, sem nenhum furo na pedra, Almy Ullysea, Antônio Taveira e Ulysses Braga, todos do Ceb, chegaram ao cume em 1944.
Em outros Estados do País a escalada técnica também se desenvolvia. No Paraná, mais precisamente no Marumbi, elas eram abertas desde 1942. A partir de 1948, com os ensinamentos de Erwin Gröger, começaram as conquistas mais ousadas, como a fenda principal no Abrolhos. Em São Paulo, a Pedra do Baú foi escalada pela primeira vez em 1940, pelos irmãos Antônio e João Teixeira de Souza. No final dos anos 1950, Domingos Giobbi, fundador do Clube Alpino Paulista (Cap), criou três campos-escola no Pico do Jaraguá, onde foram ministrados os primeiros treinamentos do clube. Em 1952, Edgar Kittelmann, Luis Gonzaga Cony e Giuseppe Gâmbaro realizaram a primeira escalada do Rio Grande do Sul, no Pico dos Gravatás, em Gravataí.
As grandes montanhas
A década de 1950 começou marcada pela conquista, por uma expedição francesa, do primeiro cume de mais 8.000m, o Annapurna (8.091m), no Himalaia, já em 1950. Participaram dela alguns dos melhores alpinistas da época, que faziam parte do que ficou conhecido depois como geração de ouro francesa, gente como Lionel Terray, Gaston Rébuffat e Louis Lachenal.
Em 29 de maio de 1953, foi a vez de uma expedição inglesa conquistar finalmente o Everest, o pico mais alto da Terra, com 8.848m, na fronteira entre o Nepal e o Tibete, hoje território chinês. Chegaram ao cume o apicultor neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay. Neste mesmo ano, os alemães alcançaram o topo do Nanga Parbat (8.125m), com Hermann Bulh fazendo cume. Em 1954, o K2 (8.611m) foi vencido por uma expedição italiana, com Achille Compagnoni e Lino Lacedelli fazendo cume.

Da expedição italiana ao K2 também fazia parte Walter Bonatti, escalador que nos anos seguintes seria considerado um dos melhores de todos os tempos, entre outras coisas, por ter feito, em 1955, em solitário e em cinco dias, o pilar sudoeste do Petit Dru (3.733m), considerado um dos maiores feitos da história do alpinismo mundial. Bonatti inspirou toda uma geração futura por representar o verdadeiro espírito do montanhismo. Sempre jogou limpo com a montanha e abriu vias de compromisso e muito difíceis, tendo ao menos uma via nas quatro faces mais selvagens do maciço do Mont Blanc. “Bonatti não entrou para a história do alpinismo, escreveu um capítulo sozinho”, escreveu sobre ele a revista espanhola Desnivel.
O Brasil marcou presença nas grandes montanhas quando, em 1953, Ricardo Menescal e Orlando Lacorte, membros do Centro Excursionista Carioca (Cec), atingiram o cume do Aconcágua (6.959m), na Argentina. Um mês depois, foi a vez do paulista Domingos Giobbi chegar ao cume da mesma montanha.
Em 29 de maio de 1953, foi a vez de uma expedição inglesa conquistar finalmente o Everest, o pico mais alto da Terra, com 8.848m, na fronteira entre o Nepal e o Tibete, hoje território chinês. Chegaram ao cume o apicultor neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay. Neste mesmo ano, os alemães alcançaram o topo do Nanga Parbat (8.125m), com Hermann Bulh fazendo cume. Em 1954, o K2 (8.611m) foi vencido por uma expedição italiana, com Achille Compagnoni e Lino Lacedelli fazendo cume.
Da expedição italiana ao K2 também fazia parte Walter Bonatti, escalador que nos anos seguintes seria considerado um dos melhores de todos os tempos, entre outras coisas, por ter feito, em 1955, em solitário e em cinco dias, o pilar sudoeste do Petit Dru (3.733m), considerado um dos maiores feitos da história do alpinismo mundial. Bonatti inspirou toda uma geração futura por representar o verdadeiro espírito do montanhismo. Sempre jogou limpo com a montanha e abriu vias de compromisso e muito difíceis, tendo ao menos uma via nas quatro faces mais selvagens do maciço do Mont Blanc. “Bonatti não entrou para a história do alpinismo, escreveu um capítulo sozinho”, escreveu sobre ele a revista espanhola Desnivel.
O Brasil marcou presença nas grandes montanhas quando, em 1953, Ricardo Menescal e Orlando Lacorte, membros do Centro Excursionista Carioca (Cec), atingiram o cume do Aconcágua (6.959m), na Argentina. Um mês depois, foi a vez do paulista Domingos Giobbi chegar ao cume da mesma montanha.
Saem de cena os cabos de aço
No Brasil, na década de 1950, o equipamento ainda não havia evoluído o bastante para se escalar usando as pequenas agarras e aderência de nossas paredes como pontos de apoio. Assim, os escaladores concentravam seus esforços em subir por chaminés. Quando era necessário subir por uma face sem grandes fendas, a alternativa era fixar cabos de aço com a ajuda de troncos de madeira, da mesma maneira como foi feito na conquista do Dedo de Deus, da Agulha do Diabo e tantas outras montanhas.
Foi assim, com bastante trabalho, que foram abertas as terceira, quarta e quinta vias no Pão de Açúcar: o Paredão Cepi, em 1952, pelo extinto Clube Excursionista Pico do Itatiaia; a chaminé Gallotti, em 1954, por membros do Centro Excursionista Carioca; e o Paredão Secundo Costa Neto, em 1957, também pelo Carioca, após 19 investidas.
Foi somente a partir da segunda metade da década de 1960 que os cabos de aço caíram em desuso e foram gradativamente removidos destas e de outras vias. Isso aconteceu devido a um avanço nas técnicas de escalada utilizadas no país, já que as técnicas européias estavam sendo cada vez mais difundidas em livros, e também pela vinda de escaladores estrangeiros, como o francês Lionel Terray, que visitou o Rio de Janeiro.
Além disso, houve significativas mudanças nos equipamentos de escalada. A pesada bota cardada foi sendo substituída aos poucos por calçados leves, que permitiam a realização de lances mais técnicos, como a alpargatas de sola de sisal. A corda de sisal foi também vagarosamente sendo substituída pela corda de náilon, e em pouco tempo o baudrier surgiria. Hoje em dia, a chaminé Gallotti e o Secundo não possuem mais cabos de aço, sendo que o último trecho foi retirado na década de 1990. Hoje, o grau destas é 5º VIsup e 5º VIIa, respectivamente.
A multiplicação das vias
A partir dos anos 1970 houve uma multiplicação no número de vias conquistadas no Rio de Janeiro, consequência do aumento do número de praticantes e de escaladores de bom nível técnico. Contribuiu para isso também a consolidação do uso da corda de náilon, dos mosquetões de duralumínio e do baudrier. Para se ter uma idéia, até o fim da década de 1960, a Urca contava com apenas nove vias. Dez anos depois, elas já eram quase 50.
Mais ou menos no mesmo ano em que começaram a chegar ao Brasil as primeiras sapatilhas, em 1978, chegaram também as primeiras peças para proteção móvel, os nuts. Um bom exemplo da utilização deles foi na conquista da Fissura Tropical, em 1979 (4º VIsup), no Morro da Babilônia, por Antônio Carlos Magalhães e José Lozada. São 30 metros de fissura toda protegida em móvel, exceto por um grampo no trecho inicial de agarras. Nos anos seguintes, numerosas vias com fendas seriam conquistadas com essas peças “mágicas”.
Messner
Depois de Walter Bonatti, o italiano Reinhold Messner surgiu como o novo candidato ao posto de maior montanhista de todos os tempos. Natural do Tirol do Sul, na fronteira da Itália com a Áustria, Messner daria muito o que falar nos anos seguintes, ao derrubar sucessivamente mitos nas grande montanhas do Himalaia.
Era uma tendência da escalada moderna, a redução brusca dos tempos de ascensão. Vias que antes eram feitas em dias, passaram a ser feitas em horas. Messner deu uma demonstração da força dessa nova geração de alpinistas, ao escalar, com o austríaco Erich Lackner, pela primeira vez o Pilar do Frêney, no Mont Blanc, em um dia. Depois, com Peter Habeler, escalou a face norte do Eiger em impressionantes 10 horas.
Ele iniciou suas atividades no Himalaia em 1970, ano em que escalou o Nanga Parbat (8.126m) com seu irmão Günther, subindo por uma face e descendo por outra. Mas durante a descida Günther desaparece numa avalanche.
Em 1978, com Peter Habeler, são os primeiros a chegar ao cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado, algo que até alguns médicos acreditavam ser impossível devido a rarefação do ar a 8.848 metros acima do nível do mar.
Em 1978, com Peter Habeler, são os primeiros a chegar ao cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado, algo que até alguns médicos acreditavam ser impossível devido a rarefação do ar a 8.848 metros acima do nível do mar.
Em 1980, Messner volta ao Everest, subindo desta vez pelo lado norte. Escalando sozinho e novamente sem oxigênio, abre uma nova via.
Aos 42 anos, em 1986, ele se torna o primeiro escalador a subir todos os 14 principais cumes do planeta com mais de 8.000m, sendo que em nenhum deles utilizou oxigênio engarrafado. Messner também é autor de vários livros, entre eles “Espírito Livre”, “A Zona da Morte”, “Everest em Solitário”, “Everest sem Oxigênio” e “As Grande Paredes”. Infelizmente, nenhum deles foi publicado no Brasil.
A década de oitenta
A década de oitenta
Apesar das primeiras sapatilhas importadas terem chegado ao Brasil por volta de 1978, a grande maioria no início da década de 80 ainda escalava com calçados improvisados, como o Conguinha e o Kichute. Com o passar dos anos as botas ficaram mais acessíveis, o que fez com que os escaladores migrassem de um para o outro. Um fato que ajudou este processo foi o surgimento, no Paraná, em 1986, da Natisnake, hoje Snake, que lançou a primeira bota nacional.
Uma bota que revolucionou bastante a escalada, não só no Brasil, foi a Fire, o primeiro modelo da marca espanhola Boreal. A sola era de goma cozida, o que garantia uma aderência muito melhor que a das outras botas, facilitando as escaladas em aderência. Era o sonho de consumo de muitos escaladores brasileiros.
Desta forma, em 1981, o Ás de Espadas, que tinha o grau 5º Vsup, foi feito inteiramente em livre, ou seja, sem pontos de apoio, por André Sant’Anna, o ‘Papel’, usando um simples Conga e já com a ajuda do magnésio, alterando assim o grau da via para 6º VIsup.
Outros destaques da MEPA foram o Roda Viva, que era graduado em 4º IVsup e que passou a ser 4º VI depois de ser ‘mepado’ em 1982, por Sérgio Poyares e Sérgio Bruno; logo depois o Secundo teve seu grau elevado de V para VIIa, quando foi escalado, em janeiro de 1984, totalmente em livre, pelo norte-americanoRuss Clune. Dois meses depois, o Lagartão foi escalado com apenas um ponto de apoio por Sergio Tartari, o que mudou a graduação de 6º VI A1 para 6º VIIc; e no Pico da Tijuca-Mirim Alexandre Portela fez em livre a Fissura Primos, graduando-a em oitavo grau.
Na década de 80, foram conquistadas algumas das melhores vias do Pão de Açúcar, entre elas, o Waldo (1983); Xeque-Mate (1984); Caixinha de Surpresa (1988) e Cisco Kid (1988). Mas, as mais marcantes foram a Pássaros de Fogo (6º VIIa) e a Limiar da Loucura (7º VIIc), ambas abertas em 1983.
A via Pássaros de Fogo foi aberta por André Ilha, Sergio Tartari e o americano David Austin. Ela foi a via de maior nível técnico já conquistada até então sem nenhum artificial, tornando-se um marco, pois já nasceu VIIa, diferente de outras vias, que foram conquistadas em artificial e depois feitas em livre.
Logo a seguir, ainda em 1983, Alexandre Portela e Sergio Tartari conquistaram o Limiar da Loucura, a primeira via a passar na face oeste do Totem. Ela traça uma bonita linha, em boa parte protegida em móvel, seguindo um sistema de fendas que tem início na via Lagartão. Foi conquistada também inteiramente em livre, sendo o primeiro VIIc conquistado sem artificial.
Rotpunkt
O termo alemão rotpunkt (ou red point, em inglês) foi criado por acaso, pelo lendário escalador alemão Kurt Albert e seus companheiros, no final da década de 1970. Até então, não existia o que conhecemos hoje por escalada esportiva. Se havia um trecho difícil numa via, era comum bater um piton e passar o lance em artificial, usando estribos e apoiando-se nos pitons.
Em 1975, Kurt Albert teve a idéia de escalar algumas das vias do local que costumava frequentar sem se apoiar nos pitons ou grampos. Seu objetivo era subir sem nenhum apoio artificial, dependendo somente de sua habilidade e força. Foi aí que ele e seus amigos tiveram a idéia de pintar um ponto vermelho em cada piton que antes servia de apoio e que eles conseguissem ultrapassar sem tocá-lo, usando-o apenas para fazer a costura, ou seja, realizando o lance em livre. Depois decidiram colocar apenas um pequeno ponto vermelho na base das vias que já haviam feito em livre. Esse ponto vermelho influenciou as próximas gerações a tentar escalar da mesma forma que aquele grupo escalava. Foi o nascimento da escalada esportiva, que só se consolidaria na década seguinte.
Movimentos assim surgiram mais ou menos na mesma época em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, com o nome de Mepa - Máxima Eliminação de Pontos de Apoio. Hoje em dia, o termo red point é conhecido e utilizado por escaladores do mundo inteiro.
Em 1975, Kurt Albert teve a idéia de escalar algumas das vias do local que costumava frequentar sem se apoiar nos pitons ou grampos. Seu objetivo era subir sem nenhum apoio artificial, dependendo somente de sua habilidade e força. Foi aí que ele e seus amigos tiveram a idéia de pintar um ponto vermelho em cada piton que antes servia de apoio e que eles conseguissem ultrapassar sem tocá-lo, usando-o apenas para fazer a costura, ou seja, realizando o lance em livre. Depois decidiram colocar apenas um pequeno ponto vermelho na base das vias que já haviam feito em livre. Esse ponto vermelho influenciou as próximas gerações a tentar escalar da mesma forma que aquele grupo escalava. Foi o nascimento da escalada esportiva, que só se consolidaria na década seguinte.
Movimentos assim surgiram mais ou menos na mesma época em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, com o nome de Mepa - Máxima Eliminação de Pontos de Apoio. Hoje em dia, o termo red point é conhecido e utilizado por escaladores do mundo inteiro.
Vias de peso
Outras vias de peso foram abertas nesta década. Vias grandes, difíceis e com várias enfiadas protegidas em móvel. Entre elas estão a Sinfonia do Delírio (7º VIIc, 430 metros), conquistada em 1986 por Alexandre Portela, Marcello Ramos e Carlos Costa, no Pico dos Quatro, no maciço da Pedra da Gávea, e a Oitavo Passageiro (7º VIIIb A1, 380 metros), aberta no Corcovado, em 1987, por Alexandre Portela, Sérgio Tartari, Sérgio Poyares, Mozart Catão, Eduardo Cabral, Fernando Barberá e Bruno Menescal.
Em 1986, outro big wall: agora, Portela e Tartari conquistam a Terra de Gigantes, numa parede de 600 metros, em boa parte negativa, na Pedra do Sino, Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Ela foi graduada em A4+ (hoje A4), numa escala que vai até A5. Foram necessários onze anos para que ela tivesse uma primeira repetição, sendo ainda hoje considerado o big wall brasileiro mais complexo.
Acostumados com as grandes paredes brasileiras, alguns escaladores partiram em busca de desafios maiores, como as montanhas de rocha e gelo da Patagônia. Assim, em 1989, o paulista Luis Makoto chegou ao cume do Fitz Roy, na Argentina. No ano seguinte, foi a vez do carioca Alexandre Portela e do paranaense Bito Meyer pisarem o mesmo cume. Em 1990, Makoto escalou também o Cerro Torre, pela via do Compressor, com 1.100m de extensão, feito repetido por Portela, em 1992.
O começo de uma nova modalidade
Mas, a maior concentração de vias de grande dificuldade estava mesmo na Parede dos Ácidos e na Pedra do Urubu, local que servia como ponto de encontro dos escaladores esportivos ou falesistas, como eram conhecidos. Entre eles estava Paulo “Macaco”, responsável por abrir três lances de IXa: o boulder Olhos de Fogo, no Grajaú, em 1987; o Expressão Corporal e o Urubu Sacana, ambos na Urca e cotados hoje em VIIIc.
Paralelamente, a escalada esportiva também se desenvolvia em outros Estados, com destaque para o Morro do Anhangava, nas proximidades de Curitiba. O Paraná contava com excelentes escaladores, entre eles José Luis Hartmann, o “Chiquinho”, Ingo Müller, Ronaldo Franzen Junior, o “Nativo”, Dálio Zippin Neto, Bito Meyer, Júlio Nogueira, Dubois e André Lima, entre outros. Posteriormente, foram abertas vias esportivas em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Com a escalada esportiva surgiram também as primeiras competições de escalada na América do Sul, sendo o primeiro Campeonato Sul-americano realizado em Córdoba, na Argentina, em 1987, e vencido pelo carioca Marcelo Braga. Dois anos depois, em Vila Velha, no Paraná, acontecia mais uma competição, vencida pelo paulista André Prata. Em Curitiba, foram realizados os Sul-americanos de 1989 e 1990 e, no Rio de Janeiro, aconteceram os Campeonatos Brasileiros de 1990 e 1992, no muro que havia no topo do Pão de Açúcar, na lateral da estação do bondinho.
Assim como na década anterior, a passagem de escaladores estrangeiros pelo Brasil também foi marcante nos anos 1980. A visita de maior destaque foi a do famoso escalador alemão Wolgang Güllich, o primeiro a superar a barreira do nono grau francês, equivalente ao nosso XIc, em 1991, com a via Action Direct, na Alemanha. Na Urca, ele deixou como legado, em 1987, a Southern Confort, também conhecida como Via do Alemão, na Pedra do Urubu. Esta via esportiva foi o primeiro décimo grau do Brasil, permanecendo como a esportiva mais difícil da América do Sul durante muito tempo.
Depois de Güllich, outro escalador de peso que passou pelo Brasil foi o francês Patrick Edlinger, em 1989. Trata-se de um dos maiores responsáveis pela difusão da escalada em livre de grande dificuldade. Ele também ficou conhecido pelos filmes em que aparecia solando grandes vias, com dificuldades de até VIIc. Em nossas montanhas, Portela e Tartari também fizeram solos integrais assombrosos, como a via dos Italianos (5º V, 270 metros), a Secundo (na época 5º V C, 300 metros), a Cavalo Louco (5º VI, 270 metros) e a Gallotti (5º VIsup, 280 metros), no Pão de Açúcar, além de algumas outras vias no Babilônia e na Parede dos Ácidos.
A febre esportiva
A década de 1990 viu o boom do Campo Escola 2000 (RJ) e da Serra do Cipó (MG), áreas de escalada esportiva que expandiram o décimo grau. Este nível foi atingido, em parte, graças ao surgimento de numerosos muros de escalada, alguns montados dentro de quartos, e à popularização do boulder, atividades que se tornaram praticamente obrigatórias na vida dos escaladores que queriam evoluir técnica e fisicamente. Esta foi a década da escalada esportiva. Antônio Paulo Farias, num artigo para a revista Fator2 (nº 14, 2001), descreveu bem este período: “Ao longo dos anos 1990 alastrou-se a febre da escalada esportiva em vários pontos do País. A escalada tradicional foi quase que colocada de lado, muitas vias caíram no esquecimento (...). Era o tempo onde os escaladores andavam com calças de lycra coloridas e apertadas (...). Muitos escaladores que tinham uma visão mais global e escalavam de tudo, estavam apreensivos por medo da escalada tradicional desaparecer (...). Felizmente isso não aconteceu”.
Sinônimo para escalada esportiva também é a Serra do Cipó, a apenas 100km de Belo Horizonte, que ainda atrai escaladores de todo o Brasil. Com uma rocha de excelente qualidade (mármore), vias de grande dificuldade e imensos negativos, o Cipó era a Meca da escalada esportiva brasileira. Foi lá, inclusive, que as mulheres atingiram a dificuldade de IXc, com o encadeamento da via Heróis da Resistência, pela carioca Mônica Pranzl e pela paranaense Vanessa Valentim. Aliás, não era só na escalada esportiva que as mulheres se destacavam. Nessa época também, a carioca Katia Torres já havia escalado, inclusive guiando algumas enfiadas, as vias Oitavo Passageiro (7º VIIIb A1, 380m), no Corcovado, e a Crazy Muzungus (A2 VI, 600m), no Garrafão, um big wall de vários dias. Depois dela, veio a paranaense Roberta Nunes, uma escaladora bastante completa, que escalava oitavo grau em esportivas e também vias imensas naPatagônia, Yosemite e Groelândia, onde conquistou, com a espanhola Cecilia Buil, uma via de 1.620m de extensão. Roberta faleceu prematuramente em 2006, num acidente de carro, aos 34 anos de idade.
Junto com a escalada esportiva, crescia também no Brasil o número de escaladores se dedicando aos boulders. No Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Brasília, novas áreas e novos boulders foram sendo descobertos. Isso fez com que alguns escaladores praticamente deixassem a corda de lado, tornando-se especialistas nessa modalidade.
No topo do mundo
No extremo oposto da escalada esportiva, o Brasil chegou ao cume do monte Everest (8.848m), em 14 de maio de 1995, com o teresopolitano Mozart Catão e o paranaense Waldemar Niclevicz, que utilizaram oxigênio engarrafado e subiram pela face norte. Em 1998, Catão, juntamente com Othon Leonard e Alexandre de Oliveira, foi vítima de uma avalanche na face sul do Aconcágua (6.959m), no que é ainda hoje a maior tragédia envolvendo brasileiros numa alta montanha. Em 2006, a paulista Ana Elisa Boscarioli, tornou-se a primeira brasileira a chegar ao ponto mais alto da terra, escalando pela crista sudeste e também usando oxigênio suplementar.
O grande desafio para os brasileiros atualmente em alta montanha é fazer cumes de 8.000 metros sem oxigênio engarrafado. Em 2006, Vitor Negretti e Rodrigo Rainieri, primeiros brasileiros a escalar com sucesso a perigosa face sul do Aconcágua, tentaram o Everest sem oxigênio. Vitor chegou ao cume, mas faleceu durante a descida, provavelmente vítima de um edema. O casal Paulo e Helena Coelho tenta o Everest sem oxigênio já há alguns anos, tendo já chegado à altitude de 8.400m.
Allan Rodrigues, em dois momentos na via Mr. Bill, Xc, (Barrinha, Rio de Janeiro). Foto Rodrigo Gaúcho. |
Grandes vias
A escalada tradicional não só não desapareceu como voltou com força total na virada do século. Até o ano 2000, as maiores vias do Brasil tinham cerca de 700 metros de extensão. Num período relativamente curto, de 2000 a 2002, foram conquista das nada menos do que oito vias com mais de 800 metros. São elas:
- - Vai Mas Não Cai Não (6º VIIa), com 1.260m, na Pedra Riscada, Ataléia, MG, conquistada por Breno Azevedo, Chander Silva, Leandro Oliveira, Márcio Bortolusso e Oscar Andres.
- - Maria Nebulosa (3º V), com 1.040m, na Maria Comprida, em Petrópolis, RJ, conquistada por Alex Ribeiro, Jorge Fernandes, Pedro Miranda e Rafael Wojcik.
- - O Céu é o Limite (7º VIIb), com 950m, no Morro dos Cabritos, em Teresópolis, RJ, conquistada por Antonio Paulo Faria, Daniel Bonella Guimarães e Renato Estrella.
- - Xenólitos Perdidos do Imenso Monolito (7º VIIa), com 900m, no Escalavrado, em Teresópolis, RJ, conquistada por Miguel Monteza, Guilherme Fonseca e Patricia Duffles.
- - Domínio das Sombras (V A3), com 830m, na Pedra da Maria Comprida, em Teresópolis, RJ, conquistada por Alex Ribeiro, Ildinei de Oliveira e Leandro Siqueira.
- - Face Norte do Morro dos Cabritos (6º VIIb A1), com 840m, em Teresópolis, RJ, conquistada por André Ilha, Flavio Wasniewski, Guilherme Condé e Paulo Chaves.
- - Face Oeste da Pedra Riscada (7º VIIA A2+), com 850m, em Ataléia, MG, conquistada por Eduardo Vianna e Emerson Azeredo.
- - Abuso (7º VIIa A2+), com 800m, no Escalavrado, em Guapimirim, RJ, conquistada por Alexandre Siqueira, Guilherme Fonseca, Michel Cipolati e Miguel Monteza.
A organização do esporte
A partir da década de 1990 foi significativo o aumento do número de escaladores que passaram a praticar o esporte de forma mais independente, sem a passagem por clubes, o que era comum até o final dos anos 1980. Por volta de 1987, surgiram os primeiros guias e instrutores profissionais de escalada, mas foi só nos anos 1990 que alguns deles passaram a viver exclusivamente da atividade, consolidando o profissionalismo na escalada brasileira.
Na tentativa de se organizar a prática da escalada no Estado do Rio de Janeiro, em 1996, criou-se a Interclubes, entidade que reunia clubes, instrutores profissionais e escaladores independentes. Em 2000, ela se tornou oficialmente a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (Femerj). Em 2001, foi criada a Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado do Rio de Janeiro (Aguiperj). Em 2004, as federações carioca (Femerj), paulista (Femesp) e paranaense (Fepan), fundaram a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (Cbme).
A organização dos escaladores em torno de um objetivo comum, filiando-se a associações e federações, é importante para a organização e desenvolvimento do esporte. As federações e associações são responsáveis por, entre outras coisas, garantir o acesso às montanhas, já que algumas áreas de escalada foram fechadas arbitrariamente, seja por órgãos públicos ou proprietários privados. Elas também são importantes para que possamos praticar nossa atividade como sempre fizemos, sem a interferência de órgãos externos, mas de forma ética e respeitosa com os demais escaladores e o meio ambiente.
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O Texto completo pode ser lido em "Escale Melhor e com Mais Segurança", ou no site da Companhia da Escalada